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Rito Inglês ou Rito de Emulação

Os ritos maçónicos e a sua história surgem para unirem e darem continuidade à Maçonaria especulativa (guardiã da Maçonaria operativa medieval, das construções das Catedrais e das guildas associadas) e impor uma regularidade e uma ritualística iniciática e espiritual, até então pouco praticada.

É em Inglaterra, entre 1725 e 1751, que o património ritualista da Maçonaria operativa escocesa será reorganizado para uso especulativo e simbólico, criando, assim, duas grandes famílias maçónicas: os “Antigos” e os “Modernos”. O Rito de Emulação ou Style Emulation emerge como “pacificador” entre a Antiga Maçonaria e a Nova Maçonaria.

Até 1717, as Lojas maçónicas eram livres, ou seja, não existia uma Obediência que as unisse e regulasse. Só após a criação, nesse ano, da Grande Loja de Londres e Westminster (Loja dos Modernos), com a eleição do Grão-Mestre Anthony Sayer, é que algumas Lojas inglesas passam a estar subordinadas a uma Obediência central. Em 1751 surge, na cidade de York, uma Grande Loja rival, denominada Grande Loja de Inglaterra ou Grande Loja de York (Loja dos Antigos).

A rivalidade entre as duas Grande Lojas permanece de 1751 a 1813. Até que o Duque de Kent, pai da Rainha Vitória, empunhou o malhete de Grão-Mestre dos Antigos e o Duque de Sussex, seu irmão, o malhete de Grão-Mestre dos Modernos e durante a Grande Assembleia Maçónica para a União da Maçonaria Inglesa, a 25 de novembro de 1813, assinaram um pacto de unificação da Grande Loja Unida de Inglaterra, tendo como Grão-Mestre o Duque de Sussex.

Para tratar deste problema delicado que era a “Loja de Reconciliação” foi elaborado, entre 1814 e 1816, um ritual refletindo a união das duas correntes, ou seja, uma perfeita união ritualística na Grande Loja Unida de Inglaterra. Para a sua difusão e compreensão foram criadas, em 1817 a “Stability Lodge of Instruction“ e em 1823, a “Emulation Lodge of Improvement”, Lojas estas que tinham como membros os mais antigos Irmãos da “Loja de Reconciliação”. Eles tinham, como objetivo principal, o ensinamento do novo Ritual a adoptar por cada Loja. E cada Loja assim o fez, adotou usos específicos , secundários, que se diferenciavam em pontos menores, de Loja para Loja.

É por essa razão que o Rito Inglês usa a expressão “working” para definir o seu ritual e talvez a melhor expressão seja “style”. Essas diferenças de “working” (expressões diferentes, variantes na forma de fazer o sinal, etc), criaram rituais a adoptar por cada Loja: Stability, Emulation, Universal, West End, Taylor’s, Bristol, Humber, Oxford, …

É deste modo que o Rito de Emulação reconcilia a Antiga Maçonaria, com a suas conotações operativas e deístas, com a Maçonaria Moderna, teísta, esotérica e espiritualista, sendo o Rito mais praticado em todo o mundo maçónico.

Todas as Grandes Lojas e Grandes Orientes do mundo utilizam o Ritual de Emulação na Instalação dos Veneráveis das suas Lojas, qualquer que seja o Rito em que trabalham. Esta característica, faz com que somente seja reconhecida a qualidade de Veneráveis Mestres aos que tenham sido instalados segundo o Ritual de Emulação.

O Rito de Emulação, ainda que tendo sido criado da união maçónica inglesa, é o resultado da experiência ritualística de múltiplas fontes de conhecimento e tradições e demonstra, na sua essência esotérica, que não existem direitos primordiais neste campo. Os estudos dos rituais dizem-nos que, numa época e num lugar determinado, a Humanidade manifestou a sua vontade de se religar a planos espirituais superiores, pelos mesmos princípios, embora de formas diferentes.

E por isso, um Ritual não pertence nem a um lugar, nem a um tempo, está acima e além dos seus aspetos materiais. O Ritual de Emulação pertence à tradição e a todos os Irmãos que a ele se sintam ligados, por se constituir num instrumento de regularidade e de validade iniciática e espiritual.

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