A recente declaração oficial do Vaticano, nomeadamente a resposta do Dicastério para a Doutrina da Fé datada de 13 de novembro de 2023, revela “a impossibilidade de um católico ser maçom”. Infelizmente, a Igreja Católica e o seu mais alto representante, o Papa Francisco, revelam nestas palavras uma mensagem de repúdio por uma instituição secular que valoriza precisamente os mesmos princípios da religião católica, isto é, valores de profundo respeito pelo ser humano, princípios filantrópicos e de amor pelo seu semelhante. A razão que esteve na origem deste comunicado, isto é, o aumento contínuo de fiéis católicos filiados na maçonaria, deveria preocupar a igreja católica pelo seu afastamento cada vez mais acentuado do coração de muitos seres humanos e de uma espiritualidade de maior proximidade.
A Maçonaria Liberal e Adogmática, praticada pela Grande Loja Simbólica de Portugal, sempre dedicou a sua liturgia ao Grande Arquiteto do Universo, sem nenhum credo e com todos os credos. Para o cristão católico, Ele é Deus. Por isso, a Grande Loja Simbólica de Portugal – Maçonaria Portuguesa – é procurada por muitos homens católicos, com fé em Deus e no Grande Arquiteto, que necessitam de uma espiritualidade mais profunda e sentida. Para o maçom católico, as sessões maçónicas não substituem as missas ou outros eventos desta natureza, mas efetivamente complementa-as.
A Grande Loja Simbólica de Portugal, em respeito pelas opções individuais dos seus membros e da sua liberdade absoluta de consciência e de credo, espera que a Igreja Católica reveja a sua orientação relativamente à maçonaria, pois ambas as instituições trabalham para uma humanidade mais igualitária, justa e solidária. Para a Grande Loja Simbólica de Portugal, “qualquer bom católico é, e será sempre, um bom maçom”.
Amadeu Alves
Grão-Mestre